MENTIRA - trilogia Bruta

2015

trilogia Bruta parte 1

Na cena, o encontro de três personagens - um latifundiário, sua mulher Larissa e uma antropóloga carioca da FUNAI -, revela um sem número de lugares comuns, preconceitos velados e falsas premissas que são empregados para desviar o foco dos verdadeiros protagonistas da trama: o índio assassinado, o movimento dos sem-terra, o agronegócio predatório, a floresta devastada, as relações de favorecimento como moeda corrente da economia das relações sócias brasileiras. Como diz Roberto Schwartz, aspectos da contradição e da hipocrisia que aparecem como traço cultural naturalizado de uma elite brasileira.


A partir da impossível profundidade de um drama psicológico a la Ingmar Bergman, nos inspiramos em “Três Mulheres” de Robert Altmann – quase uma transposição de Persona de Bergman para o Texas -, para compor um jogo de espelhamentos em que o público, ora se aproxima da agente da FUNAI para olhar a cena, ora adere à perspectiva do latifundiário, ora da mulher oprimida, que, ao final, só consegue defender moralmente a pobre égua branca, feita churrasco pelos trabalhadores sem terra. 




Sinopse
Mentira acompanha a trajetória de uma antropóloga da FUNAI na busca de um índio isolado em Rondônia e a relação perigosa que ela estabelece com um casal de pecuaristas proprietários de uma grande fazenda na região. O texto é de autoria dos Coletivos Bruto e Estalo e faz referência, além das questões fundiárias da Amazônia legal, a uma filmografia de peso, produzida na década de 60, que remete a Ingmar Bergman, Robert Altman e Heiner Maria Fassbinder.




Apoio

Nenhum comentário:

Postar um comentário