MENTIRA - trilogia Bruta

2016

trilogia Bruta parte 1

        

O espetáculo Mentira, estreado em 2014 com longa temporada na Casa do Marquês do Bairro Monte Alegre, realizará apenas 03 apresentações nos dias  03, 04 e 05/dez no Clube 13 de maio em Piracicaba.

Depois de realizar 20 apresentações na Casa do Marquês o espetáculo volta agora para finalizar um ciclo após ocupação artística no Clube 13 de Maio durante o ano de 2016 e temporada de Vergonha, segundo espetáculo da mesma trilogia.

Para estas apresentações, além da substituição da atriz Marina Henrique (atualmente residente em Florianópolis) pela diretora Maria Tendlau, o Coletivo Bruto investe no aprofundamento dos aspectos mais grotescos do enredo. “O diálogo com o segundo espetáculo da trilogia, e o momento que vivemos no país, nos inspirou uma liberdade maior em relação ao clima de terror psicológico e a crueza das relações estabelecidas entre os personagens” diz Paulo Barcellos, diretor de Vergonha e ator de Mentira.



A atriz e diretora Maria Tendlau comenta que “não há concessões. O jogo é contar a história pelo olhar do dominador e manter as forças progressistas do lado de fora da cena, como fantasmagoria.” Por isso optamos por abolir o espaço de limite da cena, as paredes, para reforçar ainda mais a sensação de que algo está próximo, na penumbra, à espreita na floresta que resta - floresta sustentada apenas pela possibilidade de uma licença ambiental para adentrar no mercado internacional de carne - para invadir a cena com arco-flecha, enxada e foice, tiros, mato bravo, mosquito ou onça. Deserto devastado, sem perspectivas, um não espaço. A perspectiva é a negociata.



Direção - Maria Tendlau
Elenco - Gabriela Elias / Maria Tendlau / Paulo Barcellos
Dramaturgia - Coletivo Bruto / Coletivo Estalo
Colaborador de dramaturgia - Alexandre dal Farra
Projeto de luz - Paulo Barcellos
Programação visual - Clayton Mariano
Fotos - Ivana Debértolis
Operação técnica - Raphael Gomes

             




MENTIRA - trilogia Bruta

2015

trilogia Bruta parte 1 

Em 2015 foram 24 apresentações;






01 workshop de interpretação com Ney Piacentini;
01 workshop de dramaturgia com Alexandre dal Farra.
Todos os eventos foram gratuitos para interessados em geral de Piracicaba e região.


 



 
    Fotos de LZP Produções


Apoio


MENTIRA - trilogia Bruta

2015

trilogia Bruta parte 1

Na cena, o encontro de três personagens - um latifundiário, sua mulher Larissa e uma antropóloga carioca da FUNAI -, revela um sem número de lugares comuns, preconceitos velados e falsas premissas que são empregados para desviar o foco dos verdadeiros protagonistas da trama: o índio assassinado, o movimento dos sem-terra, o agronegócio predatório, a floresta devastada, as relações de favorecimento como moeda corrente da economia das relações sócias brasileiras. Como diz Roberto Schwartz, aspectos da contradição e da hipocrisia que aparecem como traço cultural naturalizado de uma elite brasileira.


A partir da impossível profundidade de um drama psicológico a la Ingmar Bergman, nos inspiramos em “Três Mulheres” de Robert Altmann – quase uma transposição de Persona de Bergman para o Texas -, para compor um jogo de espelhamentos em que o público, ora se aproxima da agente da FUNAI para olhar a cena, ora adere à perspectiva do latifundiário, ora da mulher oprimida, que, ao final, só consegue defender moralmente a pobre égua branca, feita churrasco pelos trabalhadores sem terra. 




Sinopse
Mentira acompanha a trajetória de uma antropóloga da FUNAI na busca de um índio isolado em Rondônia e a relação perigosa que ela estabelece com um casal de pecuaristas proprietários de uma grande fazenda na região. O texto é de autoria dos Coletivos Bruto e Estalo e faz referência, além das questões fundiárias da Amazônia legal, a uma filmografia de peso, produzida na década de 60, que remete a Ingmar Bergman, Robert Altman e Heiner Maria Fassbinder.




Apoio

MENTIRA

TRILOGIA BRUTA - parte 1 

(2014/15)

O espetáculo Mentira, contemplado pelo Programa de Ação Cultural (PROAC 08/2014) da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, realizou longa temporada de 24 apresentações gratuitas em Piracicaba de 19 de fevereiro a 29 de março de 2015, além de oficinas de dramaturgia com Alexandre Dak Farra e de interpretação com Ney Piacentini. Foi uma ocupação  artística de 1 ano na Casa do Marquês, bairro Monte Alegre em Piracicaba.

A escrita e a encenação de Mentira surgem a partir do encontro entre o Coletivo Bruto (Sampa/2007) e o Coletivo Estalo de Teatro (Pira/2007), 




atuando juntos em Piracicaba desde outubro de 2013. Trabalhando com os binômios - mentira/verdade, consumo/fetiche e paranóia/perversão – tentamos investigar uma possível representação das relações sociais estabelecidas hoje no Brasil: tempo de grandes conquistas sociais mas também de acirramento do reacionarismo, de deslumbre consumista e de pauperização da formação cultural, intelectual e política. A pergunta que nos guiava era ¨O que valeria realmente a pena dizer, ou ainda, o que poderia nos mobilizar neste horizonte de foco crítico perdido?¨


Sinopse


Mentira acompanha a trajetória de uma antropóloga da FUNAI na busca de um único sobrevivente de uma tribo indígena isolado em Rondônia e a relação perigosa que ela estabelece com um casal de pecuaristas proprietários de uma grande fazenda na região. O texto é de autoria dos coletivos Bruto e Estalo e faz referência, além das questões fundiárias da Amazônia legal, a uma filmografia de peso, produzida na década de 60, que remete a Ingmar Bergman, Robert Altman e Heiner Maria Fassbinder.



Direção - Maria Tendlau
Elenco - Gabriela Elias Marina Henrique Paulo Barcellos
Dramaturgia - Coletivo Bruto Coletivo Estalo
Colaborador de dramaturgia - Alexandre dal Farra
Orientador em interpretação - Ney Piacentini
Cenário e figurinos - Coletivo Bruto e Coletivo Estalo
Projeto de luz - Paulo Barcellos
Produção executiva – Gabriela Elias e Paulo Barcellos
Programação visual - Clayton Mariano
Fotos e registro de vídeo - LZP Produções
Realização - Cooperativa Paulista de Teatro


Apoio

O QUE ESTÁ AQUI É O QUE SOBROU

(2012)

Após finalizar a etapa de pesquisa para construção de estrutura de dramaturgia própria, entre julho de 2011 a maio de 2012, viabilizada pelo Programa de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo - 18° edição, o Coletivo Bruto conclui sua pesquisa com a estréia e temporada de O Que Está Aqui é O Que Sobrou, livremente inspirada nas obras O Declínio do Egoísta Johann Fatzer (Brecht e Müller) e em Héracles 2 ou a Hidra (Heiner Müller), totalizando assim um percurso de 2 anos de pesquisa. Para essa etapa de encenação e temporada de 12 apresentações no Galpão do Folias, contamos com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2011.



O Que Está Aqui dá continuidade a uma linha mais ampla de pesquisa, que se iniciou com o processo de montagem de nosso primeiro espetáculo, Guerra Cega Simplex Feche os Olhos e Voe ou Guerra Malvada (2008). Tratava-se então de pesquisar formas de tratamento estético da guerra, enquanto fenômeno limite que concentra e catalisa significações dispersas nas relações de conflito e dominação que estruturam as sociedades modernas e contemporâneas (conflito de alcance ilimitado, com mobilização extrema de recursos humanos, mercadológicos, industriais, políticos, agrícolas, militares, naturais e tecnológicos).


 O texto de Armin Petras e Pernille Sonne, Guerra Cega Simplex, é claramente inspirado na obra de Heiner Müller e contém inúmeras referências a ela, o que nos levou naturalmente ao estudo da peça incompleta de Brecht O Declínio do Egoísta Johann Fatzer, postumamente organizada e editada por Müller e em Heracles 2 ou a Hidra, também de Müller.  Interessamo-nos, no Fatzer, em Heracles por alguns temas comuns: o estado de suspensão política, temporal e territorial; a convivência e o egoísmo; os mecanismos de controle; o Terror e as batalhas que os protagonistas tentam compreender, planificar (a partir de onde, de que ponto, eles lutam? Lutam de fora, de dentro, lutam pela batalha ou contra ela? É possível não lutar?


Assim propusemos uma encenação onde os personagens tentam fazer uma análise de conjuntura, para se posicionar politicamente, mas diante da dificuldade,  fracassam. Quatro documentaristas tentam editar um documentário (talvez sobre a violência) e se vêem absorvidos por uma profusão de imagens que não conseguem organizar em um discurso poético capaz de traduzir um consenso entre eles. A convivência os leva ao esgotamento e eles são obrigados a, em certo momento, rever seu percurso até o presente e, num segundo, a se despojar de certezas, para que possam reiniciar o percurso numa tabula rasa. Não pode sobrar resto.


Como artistas, tentamos fazer o caminho inverso ao do Fatzer de Brecht. Ao invés de abandonar o fluxo histórico, nos posicionamos no centro do bombardeamento cotidiano de informações e imagens em que vivemos e assim, também recolocar a questão do engajamento num momento em que o sistema capitalista é tão totalizante que o ponto de vista exterior inexiste. 
Convivemos assim com toda espécie de imagem colhida na Internet, referencias pops, discursos absurdos veiculados na TV e na Web. O espaço cênico é envolvido por três telas de projeção e as imagens, ora dialogam com a cena, ora funcionam como fundo cenográfico e ora apenas atordoam os atuadores. Estas imagens sempre estão remetendo ao mundo exterior ao espaço cênico, não permitindo aos personagens, se desconectarem de um discurso imagético que foi produzido ou como cultura de massa, ou como cobertura jornalística, ou como memória do próprio processo de criação.

Sinopse

Reclusos numa “ilha de edição”, quatro figuras se debatem na tentativa de finalizar um vasto material em vídeo composto de entrevistas reais e material captado da web. Envolvidos por um emaranhado de imagens reais e ficcionais o grupo de documentaristas fracassa em sua tarefa quando a violência cotidiana se volta contra o próprio grupo.  O que resta é abandonar suas velhas ideologias (abandone o posto) na tentativa de encontrar uma saída e planificar o aprendizado coletivo.





Ficha Técnica

Direção                                                    Maria Tendlau e Paulo Barcellos
Atuadores                                          Ieltxu Martinez Ortueta / Luiz Henrique Lopes
                                                                 Paulo Barcellos / Wilson Julião
Colaborador de dramaturgia                   Alexandre Dal Farra
Organização final de dramaturgia           Maria Tendlau, Paulo Barcellos e Alexandre Dal Farra
Produção executiva                                 Maria Fernanda Coelho
Projeto de Luz                                         Daniel Gozales
Programação visual                                 Ieltxu Martinez Ortueta
Fotos                                                        Ivana Debértolis
Assessoria de imprensa                           Sylvio Novelli
Operação técnica                                     Marcos Cruz e Daniel Gonzales